Continuando nossa série sobre modelos econômicos alternativos que garantam a sustentabilidade e o bem-estar das gerações presentes e futuras, refletimos sobre a importância da economia circular, sobre o modelo econômico Dunuts, sobre o papel da inovação no contexto do decrescimento e também sobre as Relações de trabalho no mundo corporativo: possível antecedente do empreendedorismo?. Todas discorrem sobre a busca por diferentes formas de atuação e modernização das práticas tradicionais das organizações, logo maneiras de inovar. No artigo a seguir discutiremos sobre o agravamento da crise climática, argumentando sobre a necessidade de uma abordagem particular do passado, a fim de interromper as trajetórias intelectuais atuais. Confira em:
Afinal, o que é 'mudança climática'?"Pode parecer assustador, mas as evidências (sim! evidências) científicas indicam que se não forem tomadas medidas drásticas nos próximos dez anos, podemos enfrentar um dano irreversível do mundo natural e o colapso de nossas sociedades." Esta afirmação é do célebre naturalista britânico David Attenborough que assim resumiu as ameaças decorrentes do aquecimento global em um recente documentário da BBC, Mudança Climática: os Fatos. A temperatura média da Terra é de cerca de 15 ° C, mas já foi muito mais alta e mais baixa no passado. Existem flutuações naturais no clima, mas os cientistas dizem que as temperaturas estão subindo mais rápido do que em muitas outras épocas (confira tais flutuações no vídeo abaixo). Isso está relacionado ao efeito estufa, que descreve como a atmosfera da Terra aprisiona parte da energia solar. A energia solar que irradia de volta para o espaço da superfície da Terra é absorvida pelos gases do efeito estufa e reemitida em todas as direções. Isso aquece a baixa atmosfera e a superfície do planeta. Sem esse efeito, a Terra seria cerca de 30 ° C mais fria e hostil à vida. Os cientistas acreditam que estamos aumentando o efeito estufa natural, com os gases liberados pela indústria e pela agricultura retendo mais energia e aumentando a temperatura. Isso é conhecido como mudança climática ou aquecimento global. No vídeo abaixo É Muito Tarde Para Parar A Mudança Climática? Bem, É Complicado (tradução livre) é parte de uma série sobre mudança climática apoiada por Breakthrough Energy – uma coalizão fundada por Bill Gates, que está trabalhando para expandir investimentos na energia limpa e apoiar as inovações que irão conduzir o mundo para zero emissões de carbono. Podemos notar no vídeo que que apesar dos alertas e convenções mundiais com chefes de estado, como a ECO-92, as emissões de carbono na atmosfera mantem crescendo. Também é apresentado as causas da nossa sociedade não conseguir reverter este cenário apocalítico: Crescimento populacional, eficiência (ou a falta) energética e o crescimento econômico. Todas se relacionam com artigos anteriores sobre Decrescimento (confira os demais artigos em "Para saber mais"): Importante ficar clara a mensagem que: Isso tudo é culpa n-o-s-s-a. De acordo com site da NASA, o Quinto Relatório de Avaliação, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, um grupo de 1.300 especialistas científicos independentes de países de todo o mundo sob os auspícios das Nações Unidas, concluiu que há mais de 95 por cento de probabilidade de que as atividades humanas nos últimos 50 anos aqueceram nosso planeta (isto mesmo que você leu! O que levou milhões de anos para ser "construído", nos os seres mais "evoluídos" do planeta estamos destruindo em pouco mais de 50 anos. As atividades industriais das quais nossa civilização moderna, capitalista, aumentaram os níveis de dióxido de carbono na atmosfera de 280 partes por milhão para 416 partes por milhão nos últimos 150 anos. O painel também concluiu que há uma probabilidade superior a 95% de que gases de efeito estufa produzidos pelo homem, como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, tenham causado grande parte do aumento observado nas temperaturas da Terra nos últimos 50 anos. O resumo completo do relatório para formuladores de políticas você pode ter acesso clicando aqui. Interrompendo o futuro da mudança climática: ferramentas conceituais para histórias perdidas.Entender a profundidade do colapso ecológico, debater alternativas ao sistema econômico vigente e principalmente para recompor o Sistema Terra, recuperando-o da ruptura metabólica, são tarefas urgentes. Nossa energia pode ser muito melhor dedicada a elas se evitarmos falsas polêmicas ou debates contraproducentes. Em concordância, a reflexão base deste artigo é o estudo sobre como trazer uma criticidade ao presente que nos faça reconsiderar as formas como pensamos e agimos em nosso mundo atual de Christian De Cock, Daniel Nyberg e Christopher Wright, intitulado Interrompendo o futuro da mudança climática: ferramentas conceituais para histórias perdidas (tradução livre). Os autores analisam o agravamento da crise climática, argumentamos que as condições atuais exigem uma determinada abordagem do passado para interromper as trajetórias intelectuais atuais. Com base nos estudos de Walter Benjamin, por meio dos escritos de Svetlana Alexievich (O Prêmio Nobel de Literatura 2015) e Margaret Atwood, com o objetivo de trazer uma criticidade para o presente para nos fazer reconsiderar as formas como pensamos sobre e agir em nosso mundo atual. Svetlana Alexievich: a história da utopia"Já escrevi cinco livros, mas sinto que são todos um só livro. Um livro sobre a história de uma utopia. . . Então o que é que eu faço? Eu coleto a vida cotidiana de sentimentos, pensamentos e palavras. Eu coleciono a vida do meu tempo. . . as coisas que o quadro geral da história geralmente omite ou desdenha. Eu trabalho com história perdida". (Alexievich, 2015) No livro O fim do homem soviético, Alexievish escreve sobre a perspectiva do povo russo com espanto à queda do Império Soviético. A política de abertura do governo Gorbatchóv impôs uma mudança drástica da estrutura social, do cotidiano e, sobretudo, da direção ideológica da população. Em O fim do homem soviético, Svetlana Aleksiévitch examina a vida das pessoas afetadas por essa transformação. Em cada personagem está um pouco da história russa — a mãe cuja filha morreu em um atentado; a antiga funcionária do Partido Comunista que coleciona carteiras abandonadas de ex-filiados; o velho militante que passou dez anos em um campo de trabalhos forçados. O livro traz um painel fantástico de russos de todas as idades que se movem entre a possibilidade de uma vida diferente e a derrocada da sociedade que conhecem. Confira a entrevista com a Svetlana Alexievich, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura sobre o livro.É uma exploração do colapso da União Soviética e os efeitos psicológicos desse evento nas pessoas que o testemunharam. Ela tem falado com Gabriel Gatehouse: Margaret Atwood: futuros montados"Minhas regras para The Handmaid’s Tale eram simples: eu não colocaria neste livro nada que a humanidade já não tinha feito, em algum lugar, em algum momento, ou para o qual ainda não tinha as ferramentas" (Atwood, 2011) Na trilogia MaddAddam de ficção especulativa ambientada em uma Terra pós-apocalíptica, que tambem vai virar serie no Hulu, um homem luta para sobreviver em um mundo onde pode ser o último humano. Em busca de respostas, ele embarca em uma jornada pela natureza exuberante que recentemente foi uma grande cidade, até que poderosas corporações levaram a humanidade em um passeio descontrolado de engenharia genética. No Ano do Dilúvio, ocorreu o temido dilúvio sem água, alterando a Terra como a conhecemos e obliterando a maior parte da vida humana. E em Maddaddam, um pequeno grupo de sobreviventes se reúne com os Filhos de Crake: a espécie quase humana gentil, projetada por bioengenharia, que herdará esta nova terra. Situado em um futuro sombriamente plausível moldado por pragas, inundações e engenharia genética, esses três romances nos levam do fim do mundo a um admirável novo começo. Emocionante, comovente e um triunfo de imaginação, a trilogia Maddaddam confirma a resistência final da humanidade, comunidade e amor. Confira a entrevista com a Margaret Atwood na qual ela discute MaddAddam, a última parcela de sua trilogia de ficção especulativa, e sua coleção de contos, Stone Mattress: Com base no trabalho de Alexievich e Atwood, o artigo Interrompendo o futuro da mudança climática: ferramentas conceituais para histórias perdidas concluem que a analise destas autoras oferece-nos exemplos de tempos "perdidos", impulsionando o pensamente critico sobre as condições de habitabilidade em nossos próprios tempos perigosos e aprendendo a ter em conta. Eles realçam também que "vale a pena lutar até pelas cinzas, porque existem maneiras melhores e muito, muito piores de chegar tarde demais. Porque e ainda. Essa merda é onde Nós somos. Um monte de sucata de história e esperança". Mudança climatica e o capitalismoNossa série de artigos fortalece a ideia da incompatibilidade entre um sistema planetário (clima, biosfera, bioeoquímica) limitado, que funciona à base de fluxos (de matéria e energia) e ciclos (da água, do carbono, do nitrogênio etc.) e um sistema econômico expansionista, em cujo coração estão uma roda insana e crescente de extração-produção-consumo-descarte e a lógica míope da geração, concentração e acumulação de riqueza a curto prazo. Tradução livre: Antes de ser empresário madereiro estudei Bellas Artes. Lá aprendi que se obtem mais dinheito por uma "natureza morta" do que por uma "paisagem". Charge retirada do site do PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente "Desenhos bem-humorados sobre a situação atual do meio ambiente global.“ Para saber mais:
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