Finalizando nossa série sobre modelos econômicos alternativos que garantam a sustentabilidade e o bem-estar das gerações presentes e futuras, refletimos sobre a importância da Organização em uma Sociedade Pós-Pandemia, sobre os Estudos da Organização e Gestão no Pós-Crescimento, sobre a inovação em uma Era Pós-Crescimento, sobre a Subjetividade Empreendedora, e também sobre o enfrentando as Mudanças Climáticas com Inovação. Todas discorrem sobre a busca por diferentes formas de atuação e modernização das práticas tradicionais das organizações, logo maneiras de inovar. No artigo a seguir discutiremos sobre a violência corporativa que é uma forma de violência organizada motivada ou causada por interesse material, busca de lucro ou expansão econômica. No Brasil, o exemplo mais recente é o caso da mineradora Vale. Confira em:
A fronteira final dos negócios: a exploração privada do espaçoUm das notícias mais comentadas nas redes sociais do mês de Julho (2021) foi sobre a ida de Jeff Bezos (fundador da Amazon) ao espaço, depois de Richard Branson (fundador da Virgin Atlantic Airways) ter feito o mesmo. A tríade de empresários Bezos-Branson-Musk tem definido essa nova corrida espacial conhecida entre os especialistas como New Space – isto é, a entrada de negócios privados ao setor espacial. Não só estes mas outros empresários como Peter Diamandis já estão se organizando em torno de negócios espaciais como mineração de asteroides, assim entendendo que a próxima fronteira é, de fato, o espaço. Apesar da afirmação Bezos de que "Temos muitos problemas aqui e agora na Terra e precisamos trabalhar nisso. E sempre precisamos olhar para o futuro. Sempre fizemos isso como espécie, como civilização. Temos que fazer as duas coisas" nem todas as pessoas ficaram felizes com a notícia. Já se observa que essas viagens espaciais deixam uma pegada de carbono preocupante, em especial se for utilizando o mesmo método de Richard Branson pela Virgin Galactic. No caso de Bezos, a Blue Origin tem uma abordagem menos poluente, uma vez que o combustível usado é hidrogênio e oxigênio líquidos – quando ativados, eles emitem vapor de água em vez de CO2. Por outro lado, é emblemático ver que os próprios bilionários estejam fazendo parte da tripulação: mais do que um movimento egocêntrico, é também uma grande jornada de marketing, afinal, enviar uma pessoa que “vale” bilhões de dólares ao espaço não é algo pequeno e trivial. No artigo O surpreendente não está em bilionários indo ao espaço, mas o fato de bilionários ainda existirem, Lidia Zuin questiona se as cifras empreendidas em tais projetos valem mesmo a pena? De acordo com o artigo, o senador Bernie Sanders, por exemplo, tuitou que enquanto americanos estão tendo dificuldade em pagar por comida e ir a um médico, esses bilionários estão indo para o espaço – ainda mais motivo para taxar suas fortunas, portanto. Por outro lado, Bezos argumenta que é necessário que pessoas como ele, isto é, bilionárias, usem sua fortuna para empreitadas que podem parecer exageradas a priori, mas que serão de extrema importância em seu legado para o futuro. É nesse ponto que normalmente entramos no fatídico questionamento sobre o motivo pelo qual esses bilionários não estão investindo em problemas mundanos como a fome, a crise climática, os refugiados, a pobreza etc. A verdade é que muitas dessas empresas, de fato, têm iniciativas que visam a esse tipo de objetivo, mas isso não significa que sua missão seja, de fato, corrigir esses problemas senão apenas amenizá-los. Nunca foi sobre a descoberta de uma panaceia para a pobreza e desigualdade, mesmo porque, hoje já contamos com uma estatística de que o 1% mais rico do mundo tem mais que o dobro de riqueza do que 6,9 bilhões de pessoas juntas. Ainda que a qualidade de vida tenha aumentado devido ao desenvolvimento tecnológico e científico, isso não significa que aqueles que já estavam no topo não subiram ainda mais em direção ao pico máximo. Combater a violência corporativa: Decrescimento, ecosocialismo e organizando além do destrutivo |