Continuando nossa série sobre modelos econômicos alternativos que garantam a sustentabilidade e o bem-estar das gerações presentes e futuras, refletimos sobre a importância da economia circular, modelo econômico Dunuts e também sobre o papel da inovação no contexto do decrescimento. Todas discorrem sobre a busca por diferentes formas de atuação e modernização das práticas tradicionais das organizações, logo maneiras de inovar. No artigo a seguir discutiremos sobre novas práticas de trabalho que estão surgindo no mercado de trabalho pós-industrial juntamente com temas adequados para enfrentá-las. Confira em:
No artigo Relações de trabalho no mundo corporativo: possível antecedente do empreendedorismo? e no vídeo abaixo os autores discorrem sobre como o mercado de trabalho pós industrial, em muitos casos, tem forçado encargos excessivamente pesados aos seus funcionários. As mudanças na forma como as organizações passaram a operar com o advento da tecnologia de informação, o aumento da competitividade global após a abertura de novos mercados ao redor do mundo, a consequente pressão pela redução dos custos e pelo aumento do valor acionário das empresas, bem como as novas técnicas gerenciais emergentes do compartilhamento de ideias por todo o planeta, erodiram os benefícios do velho “relacionamento de longo-prazo” entre empregado e empregador. Também é pontuado que não existem mais garantias de emprego trabalhos, principalmente aqueles que não requerem habilidades inerente ao ser humano como emoções e criatividade, tem grande probabilidade de serem substituídos. Conforme mencionado no vídeo, faça você também o teste de probabilidade de um "robô" roubar seu trabalho clicando em WILL ROBOTS TAKE MY JOB? É nesse cenário – que se torna ainda mais frenético, na medida em que as informações, as necessidades de mercado e as pressões fluem e se modificam com uma rapidez ascendente – que muitos vêm buscando novas alternativas de trabalho. Impulsionados pelo desejo de se tornarem empresários, empreendedores, donos de seus próprios negócios, esses indivíduos, muitas vezes, têm abdicado da possibilidade de traçar as tradicionais carreiras, bem-sucedidas e bem remuneradas, dentro de grandes corporações. Eles parecem querer mais: buscam independência, flexibilidade, qualidade de vida e alta remuneração. A origem das relações de trabalho que conhecemos hojeTal crescimento das iniciativas empreendedoras são consequências nas relações de trabalho nas últimas décadas, pois estas parecem contribuir de forma determinante para o seu incremento, seja de forma voluntária ou compulsória. A perda do controle sobre as novas relações de trabalho decorre das flutuações nas demandas do mercado – que passa a ser determinante do comportamento e das atitudes dos empregados. À medida que se modifica no mercado a demanda por determinadas competências, os que as possuem sentem diretamente o efeito dessa mudança nas suas relações de trabalho. Dilemas da ruptura com o mundo corporativo e a motivação para a carreira empreendedoraNo artigo sobre a Relações de trabalho no mundo corporativo: possível antecedente do empreendedorismo? as autoras concluem que a decisão de empreender, para o grupo de indivíduos estudado por elas, foi uma alternativa à carreira profissional em grandes empresas. As iniciativas empreendedoras desdobradas e reveladas ao longo deste estudo parecem resultar de um contexto marcado: Alguns desses fatores foram previamente investigados − embora, de forma isolada − pela literatura de empreendedorismo no Brasil. Em seus depoimentos, os entrevistados fazem frequentes referências a excesso de trabalho, remuneração inadequada e pressão para aderirem a um comportamento dissonante dos seus próprios valores e crenças, deixando claro que a insatisfação pessoal com as relações de trabalho, muitas vezes, acaba levando à decisão de empreender. Indissociável do discurso sobre a decisão de empreender, segue a exposição dos entrevistados sobre as dificuldades e os dilemas enfrentados na condução de seus empreendimentos. Frequentemente são citadas: Em resumo, os principais obstáculos enfrentados são a mudanças dos modelos mentais, construídos para serem empregados em grandes empresas, e também dificuldades em relação à falta de infraestrutura para lidar com questões administrativas e burocráticas. Outros desafios mencionados no estudo das autoras são: Finalmente, são a carga horária de trabalho (que acaba sendo ainda maior) como uma das dificuldades enfrentadas no empreendedorismo. A qualidade de vida também é apontada como uma questão difícil de ser conduzida – já que fazer crescer o negócio implica menos tempo dedicado à família e à vida pessoal. Dificuldade maior ainda para as as mulheres empreendedoras que apontam o tempo dedicado ao trabalho como um dos principais aspectos geradores de conflitos na busca de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Vislumbres de resistência: Subjetividade empreendedora e trabalhoO artigo Glimpses of resistance: Entrepreneurial subjectivity and freelance journalist work tambem discorrem sobre os desafios de empreender tomando como base o estudo de jornalistas freelance na Suécia. No artigo, os autores refletem sobre como as práticas de trabalho precário estão surgindo no mercado de trabalho pós-industrial junto com assuntos que são adequados para lidar com eles por meio da investigação da questão de resistência. Os autores analisam como os ‘ideais sujeitos empreendedores ', os jornalistas freelancer, se envolvem em práticas denotadas como resistência, mesmo que essa resistência seja na verdade, ambíguo, ambivalente e contraditório, e muitas vezes praticado a um custo pessoal ao ilustrar ilustrar empiricamente práticas em que os indivíduos envolvem, apesar de estarem posicionados para serem "sujeitos empreendedores por excelência". Essas práticas permitem posições de sujeito que desnaturalizam e desafiam a subjetividade empreendedora por: Colaboração, afinal "estamos todos no mesmo barco" Referente ao primeiro item, a preferência pela colaboração em vez da competição está embutida na prática de ser colegas em vez de concorrentes com base na mentalidade de "estamos todos no mesmo barco". Como isso, recusar o impulso de entender outros empreendedores como fundamentalmente concorrentes e, em vez disso, conceituá-los como colegas, é uma forma de recusar a subjetividade empreendedora e, em vez disso, representar uma postura menos individualista e subjetividade competitiva. É também desacreditar fundamentalmente a ideia de desigualdade como algo natural e apenas, porque esta é a "premissa e o resultado" da competição. Liberdade, afinal "eu sou minha própria empresa" Em segundo lugar, a motivação para gastar tempo sem gerar valor econômico está embutida na prática de redução e recusa de trabalho. No estudo de caso, os freelancers que reduziram o trabalho a fim de gastar seus tempo com a família, amigos e hobbies estavam resistindo ao impulso fundamental do empreendedorismo subjetividade de gastar todas as horas de uma pessoa envolvida em atividades de ganhar dinheiro. Posicionalmento, afinal "juntos somos mais fortes" Terceiro, recusar a responsabilidade pessoal pela situação de trabalho é notável, especialmente no práticas de ser colegas em vez de concorrentes, e se afastando do jornalismo adequado e reduzindo a qualidade. Quando freelancers sob a governamentalidade neoliberal atribuem desigualdades e más condições de trabalho a causas estruturais e econômicas que estão fora do controle do indivíduo, este é um ato de resistência. Empreender é a solução de todos os problemas?Que empreender é resolver problemas , todos já sabemos! Porem como vimos o ato de empreender como fuga ao relacionamento algumas vezes denominado como "abusivo" no ambiente de trabalho pode ser uma alternativa, mas ela não é isenta de ônus - existe muitos desafios em empreender como abordado neste texto. O relacionamento com o "mercado" em que o empreendedor esta inserido assim como o mercado jornalístico descrito no texto pode ser igualmente "abusivo" com tais profissionais. Uma alternativa para desafiar este status quo também foi descrito no texto: visualizar seus concorrentes como parceiros! Buscar a colaboração, a liberdade e o posicionamento. Para saber mais:
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